Mágoa
há uma mágoa no teu peito
que nos adormece a paisagem
uma arma que trespassa a fome
uma vida embriagada de beijos
no perscrutar do amanhã
a vingança do beijo sangue
pássaros em ninho verde
braços abertos às águas de Julho
onde nos morrem os abraços
essa distância dos vales
onde a morte espreita
aconchego dos casebres
onde nos esperam as rugas
cartas e domino, quem sabe, remendam peúgas…
há uma mágoa que me rebenta no peito
como fonte que brota em plena Primavera
onde te mora a saudade?
Amar-te-ás depois?
Alberto Cuddel
01/06/2020
06:04
In: Nova poesia de um poeta velho
Lindo! Mágoa é (causa) tudo isto. Arnaldo Antunes tem uma música sobre este tema tão linda quanto está sua poesia, chama-se “se você nadar”.
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Muito obrigado pelo comentário deixado
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