Desistência da salvação
há na incerteza da neblina
a virtude da bóia atirada como salvação
entre o luar de uma enseada
nobre vida rasgada do ventre
só o sacrifício fútil
de desejar sem querer
e sem razão esquecer
irá condenar-te a virtude da existência
talvez o sol se esqueça
o movimento pare
o inferno nos abocanhe
talvez seja isso
ou um deus adormecido
a alma passa, a alma vive.
ninguém. só eu e o segredo
do luar e do arvoredo
e este medo, esta virtude de não ser…
desistência da salvação
expiação dos pecados mortais
causados na ingerência
da idade das consequências…
Alberto Cuddel
22/05/2020
08:20
In: Nova poesia de um poeta velho
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