Rebordo amordaçado do luar

Rebordo amordaçado do luar

aquilo mesmo que senti me é claro.
alheia é a alma antiga; o que me sinto
chegou hoje, de longe uma onda que morre
enrolada n’areia fina que se move, espuma-se…

não há nuvens entre mim e o céu
as estrelas brilham e adormecem
Maria imóvel baila nos pensamentos e adormece
como quem beija o penhasco, fustigado pelas águas
entre a claridade das copas, brilha a lua que esmorece…

pares e diferentes nos regemos
por uma norma própria, e ainda que dura,
será à liberdade, inconfidência clara
de tudo é que por Deus ama, e sofremos
mesmo que morramos um no outro, sentimos
porque sentir é amar plenamente,
mesmo que nada façamos, a vida condena-nos
a esta verdade estupidamente humana
que é amar apenas por isso,
por ser esse o nosso propósito…

Alberto Cuddel
17/05/2020
05:17
In: Nova poesia de um poeta velho

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