Velado engano…

Velado engano…

Dos erros que me assistem
– Confiança…
A infinita e crente verdade oculta num cisco
Intuitivamente crente nos lábios dolosos
Universo que acautela a verdade
Cedo ou tarde, os olhos destravam-se
Os ouvidos abrem-se
– Arrependimento suicida
Assim cheguei a isto: tudo é ilusório
No interesse absolutamente narcisista
Da verdade há apenas uma ideia
À qual não corresponde realidade.

Penso no que é duvidar,
Consciente de que acertar
Mero sonho do intelecto
Cansado, exausto, que a sonhar além
Efeitos lúcidos do engano fácil
– Poetas ledos, assim obtêm
Arrojo proveito onde não tem
Talento e dom que engrandeça
Mesmo que nas palavras vomitadas
Assim pareça…

Que Homero de revolte,
Virgílio irado se levante
Contra quem do canto
Sopre na ilusão cantada
Ao engano seja levada
Nobre e doce donzela…

Que irados ventos tombem
Quem assim se alevanta
Criando farsas do sentir
Pedra, negra e fria do fluir
Na tristemente usurpação
Alegria singela do coração!

Vaidosamente impõem
Olhar repetitivo sobrepõem
Ó deuses, quão amargo é
Este triste e velado engano!

Alberto Cuddel
20/06/2017
04:45
In: Poesia despida
http://www.facebook.com/AlbertoCuddel

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