Cego seja eu dos meus olhos
há qualquer coisa de ti que me pertence
nesse olhar depositado na linha do horizonte
tudo é tão estéril nesse mar que brota
sem que da noite se solte um gemido
agitam-se os ventos perdidos em canas firmes
essa trave dos olhos que não se solta
Tornei a ver-te mãe,
essa forma que gente que me gerou,
que longe me levem as palavras engolidas por deus
que me condene o demo nas tentações que segui
eu que em ti me fiz prazer
pela forma de amor que de mim vivi…
cego seja eu dos meus olhos
esses que a terra há-de comer
pela visão que mantenho do teu corpo
pela sede que mantenho do teu viver…
Alberto Cuddel
19/12/2019
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