Deixemo-nos de uma poética vã Abraço-te a alma contra a minha Dessa volúpia da imaginação erótica Tudo tem nome, gesto, desejo… Beijemo-nos, na intensidade das línguas faladas Sejamos vontade e prazer, dispamos as nossas almas despidas Num encontro novo, como uma primeira vez sem urgência…
Beijemo-nos, nesses beijos de fome, de sede de prazer Deixa que os nossos corpos se encontrem Que se rocem, que se esfreguem ainda vestidos… Deixa que as minhas mãos te despojem, Que as roupas caiam no chão ou atiradas pelo ar… Despe-te de todo esse jovial pudor e pecado Quero sentir-te os seios, não te importes com o corpo Quero tê-los na mão, sentir os teus mamilos erectos Enquanto ainda a minha boca come a tua no silêncio que escorre.
Deixa-me conhecer-te, medir-te o desejo… Que a minha mão se esgueire, que te desça pelo ventre quente Que se aloje entre as tuas pernas, que te sinta quente, húmida, salgada… Que te massaje, que te masturbe levemente, que te sinta…
Dispo-te, como quem descasca uma fruta madura Sentindo já nos lábios a tua doçura Quero-te assim, nua… completamente nua… Quero provar-te, saborear-te o corpo Beijar-te toda a pele, mordiscar levemente Que sintas o calor da minha língua…. Quero permanecer ali… bem ali, quente, Com a boca entre as tuas coxas….
Quero-te minha, plenamente minha, Quero-te loucamente excitada Quero-te mulher, quero o teu prazer…
Sejamos tudo o que quisermos, Como e quando quisermos Sejamos essa volúpia declarada Essa luxuria do movimento… Sejamos êxtase, gemido, orgasmo Sejamos sexo, posse e prazer Sejamos voz, abraço, beijo Sejamos amor, paixão e desejo… Sejamos tudo, o que o amor de nós fizer… E no fim, deste novo principio Sejamos tudo de novo outra vez… Procura-me descasca-me e bebe-me Como quem nunca tenha bebido do mel da vida Sejamos a fome que nos domina Na sede que em nós se faz viva Porque no amor tudo se renova Tudo se transforma, tudo é O que sempre foi, amor, sempre e naturalmente Amor…
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