Arreios que me prendem aqui…
Tenho esse amor que me espera
Nos ventos lilases e lençóis pretos
A vida que sonho, as noites prenhes
O silêncio da fuga em sentido oposto
Arreios que me prendem ali…
Ali mesmo onde já não quero estar…
Porque ali, ali é outra vida…
Sonho concretizar essa vontade egoísta de ser
Partir sem voltar, ir sem regressar,
Porque a vida é uma viagem sem volta…
E na volta perco a vida que não tenho
E vi florestas de ferro,
E sonhos de mãos dadas
Dissiparem-se os fumos partilhados
E a manhã nascer uma vez…
Apenas uma vez, bem ali diante dos sonhos…
Arrumei em mim, no meu íntimo
Uma faca egoísta com que irei cortar
De um golpe só, seco, sem tempo de sangrar
Esses arreios que me prendem aqui…
Aqui, onde não quero estar…
Alberto Cuddel
Muito prazer. Abraços
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O prazer é meu
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