Gaiola, Liberdade Imposta!
Acordas de manha,
Em sobressalto, algo mudou,
As grades que te prendiam desapareceram,
O tecto, a porta, tudo desapareceu,
A medo abres as asas, ensaias um voo…
Te retrais, tens medo…
Num rasgo de coragem,
Lanças-te,
No espaço rumo ao desconhecido…
Rumar a onde?
Depois de tanto tempo ali viver,
Que fazer?
Voa sem sentido,
Sem rumo,
Tentando absorver o mais possível,
De essa visão, de essa sensação…
É tarde…
A luz que a liberdade iluminava esbate-se no horizonte…
Descansas no topo de uma qualquer arvore,
Olhas em volta,
Tanta carne se junta na ocultação da noite…
E tu agora sem fome…
Sentes um vazio…
Um calafrio…
Pensas no conforto da gaiola…
No carinho, nas palavras,
Na comida, no conforto…
Na felicidade que ali sentias…
Porquê?
Fui eu que escolhi entrar na gaiola…
Porquê?
Dar-me algo que eu não queria…
Acordas só…
Isolado,
Sem vontade de voar…
E sim!
Posso sempre voltar…
Mas a gaiola se encontra fechada,
Sem portas ou janelas,
Definhas…
Não acreditas…
Isolas-te a um canto,
Porquê? Me quiseram fora?
Quão feliz fora eu na gaiola….
Alberto Cuddel
13/09/2013
Uau…. Profundamente reflexivo! Tempo ao tempo, o que somos e o que fazemos? Onde estamos e porque aqui estamos? Será que é aqui que desejamos estar? O que fazemos? compartilhamos? Usufruímos? Sentimos… Grande abraço poeta, mui lindos seus textos.
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Muito obrigado amiga Miriam, isso mesmo.
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