Opinam porque sim
as doutrinas são defensáveis,
e que valem, não por o que valem,
senão pela valia do defensor,
debatamos a cor de deus,
ou o rosa dos girassóis em dias de nevoeiro…
cravem-se nas faces alvas a rubescência da violência
em palavras vãs arremessadas por dedos
que me assista a razão da morte do cão que não [nasceu
antes mesmo de ter sido concebido por um casal de [porcos
abstenha-se de ser eleito quem na greve está [desempregado
o poema morre, antes do poeta existir num fado…
abstenha-se de opinar quem não pensa
e pensando quem tem ideias férreas
fecundadas pelo sémen dos justos
a justiça é cega e não opina na subjectividade
do pensamento aleatória do defensor
e o meu pai nasceu, e a minha mãe nasceu
depois nasci eu, não é uma questão
de opinação, mas uma ideia clara
fornicação.
ideias são como cogumelos,
nascem e rapidamente morrem, ali na ponta dos dedos….
Alberto Cuddel
Bom dia Alberto! Nossa! Profundamente reflexivo! Quantas coisas não ditas, precisamos escrever muito ainda… Choquei, mas gostei muito. Grande poeta! Abraço, Miriam
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Muito obrigado amiga, um excelente domingo
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Morrem e renascem nas pontas dos dedos… do poeta.
Profundo Alberto, muito profundo!
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