Degelo do silêncio
noctívago no dom de fecundar ecos
fornicam-se as palavras estéreis
orgasmos fingidos por sentires alheios…
[há uma lua nova que não guia]
raspam os pés exaustos na calçada
já não há fado como ontem
o vinho, o vinho não é o mesmo
ninguém me leva pela mão…
mas tu, tu esperas-me,
[há tanto tempo me esperas]
há na saudade não sei de que que ainda não vivi
uma esperança futura de um amanhã
degelo do silencio gravado no céu da boca
esse grito:
é agora, finalmente é agora…
[há tanto tempo me amas, e eu?]
depois da queda, ergui-me pela tua mão
percorrendo novos caminhos
as palavras novas, apenas novas pelo silêncio
gritam agora, nasci…
[há tanto tempo podia ter ressuscitado]
Alberto Cuddel
siempre regalas belleza en versos, me encanta leerte.
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