As noites que não morrem

As noites que não morrem

Nas noites em que o sono não vem
traçam as mãos gestos infinitos
olhos tontos de febril cansaço
rasgadas as vestes de sonhos vãos

essência das noites que morrem
vasos de vidro que jazem vazios
voltas de um mundo que gira
saindo lenta da enseada das horas
marés que findam, gaivotas por terra

não fui eu, tão pouco outro
no movimento circular
perscruto o silêncio no propósito de ver
sinusóides de barulho que não calo
as noites não morrem
e se morressem, morriam com estrondo…

Alberto Cuddel

2 thoughts on “As noites que não morrem

Add yours

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Website Powered by WordPress.com.

EM CIMA ↑

%d bloggers gostam disto: