Dói-me saber

Dói-me saber

Doeu-me a notícia
Servida fria, escrita, impessoal
Mórbido, nocivo, maligno…

E a vida desfaz-se ali, diante das mãos
Entre um passo e o outro… sem forças…

Doeu-me a falta do abraço, do apoio
Doeu-me a falta de ti, a tua “indiferença”
Doeu-me o medo de te deixar, o medo de partir
Doeu-me ficar sem chão, sem reacção…

Dói-me saber que esse bicho ainda macera
Angustiante vida, ainda que viva, doí-me a alma
Dói-me ficar aqui, ser cortada, esventrada,
Mexida, alterada, dói que me arranquem…

Doeu-me a recuperação lenta,
O tempo sem passar, a dúvida
A incerteza, a angústia de saber…
Dói-me o isolamento, a dor cá dentro
Bem fundo na alma…
Dói-me a incerteza de um abraço
De um apoio baço…
Dói-me deixar de lembrar
Tentar esquecer, esta espada que pende
Brilhante sob a minha cabeça…

Aos doentes dessa terrível doença o câncer…

5 thoughts on “Dói-me saber

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  1. Bolas esta doeu. ..lágrima rolou!
    Sentimento puro de Amor Maior.
    Cada palavra ficou eterna em mim. ..Excelente! No final podia ser o inverso. ..Paixão

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  2. Temáticas sempre difíceis de carregar na “estrela”….
    Se a temática foi vivida na primeira pessoa, que a “estrela” ilumine essa dor!
    Se é ficção, tenho dificuldade em entender…. Apenas isso.

    Liked by 1 person

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