O riso da alvorada

O riso da alvorada

Espanta-me o riso da claridade baça da alvorada
refracção da água onde se contempla o outro lado
o lado do sonho onde a vida não nasce…
Obstinadamente representas…
máscara caída, a tua própria vida
cromossomas hereditários das palavras cravadas no peito
punhais que ferem o papel negro
génese do fenómeno do riso, esse que imitas a cada acordar…
não há poetas felizes, e os que há, não escrevem
ou meramente adormeceram na madrugada…

Rindo do sortilégio do mundo
convocado pelas misérias do leito
há na desigualdade uma inquietude que emana
vapor de água sob a erva, aos primeiros raios
desvirginando a terra…
e rio, desalmadamente
por detrás de uma máscara clara de sol…
como se o dia nascesse ao contrário
de fora para dentro…

Alberto Cuddel
15/06/2019

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