Poema XLIX
sou sempre a divisão do que não está
nessa loucura do júbilo desconcertante
escondendo-me das amantes,
em nomes que nunca tive, quem finge crer?
que me multipliquei em versos
em registos de um livro branco
onde nos cantam as sereias, novos e tristes fados
das gargalhadas do paço, corrompido está o poder…
arranca-me do ventre da minha mãe, nesta fome de viver
que fado doce te escorre na face, nas ruas infestadas de sardinha
manjericos saltitam embriagados correndo pelas moças
serei as nuvens que se arrastam, pelos silêncio da tua voz…
à loucura de existir pela mão louca de um cobarde!…
Alberto Cuddel
13/06/2019
Último poema do projecto de livro “o suave aconchego do poema”
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