Poema sem luz
Pudesse eu aniquilar-me no desejo de deixar de existir,
dar corpo à anti-matéria que me corroí as entranhas.
Pudesse eu imobilizar-me mo desejo apenas de estar quieto,
ate que o coração abrandando o ritmo, parasse nas batidas sincronizadas.
Pusesse eu tornar-me folha em branco onde coubessem todas as ideias do mundo, para que o pensamento se desliga-se.
Pudesse eu absorver em mim toda a luz, para que a luz se apagasse, e na ausência de luz, apenas contemplasse o vazio, e nesse vazio encontrasse o meu ser, o propósito, o meu fim…
Sírio de Andrade
Deixe uma Resposta