Poema XL
chovo-me onde tantas vezes há sorrisos
na realidade é suportável existirmos
porque tudo é certo quando rasgamos o peito!
é por ventura própria a arte de sermos
(para vergonha de deus, fundimo-nos)
nesta doença do crer, creio-te dormindo
sorriso dos sonhos, nesse onde me faço
nesse onde não existe poema, poeta…
nos diálogos dos dias, jardins floridos
copos e pratos amontoados, e rosas
ali, enquanto te olho, com olhos doces
nessa necessidade de engolir a chuva
que me abraça a alma em silêncio
às vezes enquanto olho vago o horizonte
perco-me do mundo, explanando-me nesse vazio
reconhecimento de fé, que eu sou, pelo facto de seres
nada há de mais real que esse crer que nos abraça
nascendo de novo a cada dia, rasgando-nos o peito…
(…)
serão nossas as madrugadas?
Algumas, mas a vida essa, já o é…
numa chuva miudinha que me nasce do sorriso…
Alberto Cuddel
12/04/2019
Deixe uma Resposta