Poema XXXIII
“quando eu nasci, chovia, tinha havido missa
mas chovia”
quando eu nasci, gritei ao mundo por fome
e chovia,
não haviam florido flores nem o sol aquecia…
o meu nascimento foi a queda contra a vontade
um precipício sem fundo de um tempo finito
fiz-me escravo da vida existente
– suplica constante de fome…
fome e sede de uma alma inquieta,
nasci, vivi, fiz-me herdeiro, fiz-me poeta
certeza solta e disforme, na palavra fez-se concreta
ilusão plena que a vida existe, para além do verso…
se por Deus vivo, por Deus também transpiro
Alberto Cuddel
31/03/2019
19:25
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