Poema XXIX

Poema XXIX

é tão bom calar a alma sob o sol alto
e ficar, apenas ali a secar o corpo
no inquietante silêncio do mar…

já não sou forma, apenas vento
não corro, apenas sento
olhando o infinito que se afasta de mim…

(…)
descubro homens cinzentos que pescam
almas carentes por isco
há rosas sem espinhos e facas que não matam
um gesto brusco de quem mata vestido
arranca do peito um coração partido…

cansamo-nos de tudo, do sentido de fazer
há uma incompreensão sentida
no que nunca foi dito ou feito
mas caímos, como quem morre
pela compreensão do que nos foi exposto
– já não penso, pensar cansa
– já não sinto, sentir dói
– já não morro, morrer é ser lembrado
– já não vivo, viver é escrever…

Alberto Cuddel
24/03/2019
14:55

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