Plantado em ti…
plantei-me no teu peito antes de me saber semente
mesmo que de ti leve as sombras dos beijos
cravadas no sorriso, serei minúsculo na vida
diante da magnificência da tua dedicação…
quando na madrugada me abraças o silêncio das lágrimas
nada sou, simplesmente homem, simplesmente imperfeito…
arrancas-me desta vida pacata a beira do tédio
mostras-me o precipício da paixão por onde avanço
desassossegas-me o peito estagnado ao sol do inverno
flui o abandono dos dias em viagens intermináveis
há nas rosas perfumes gravados de corpos
e espinhos que nos lembram a dor da gestação…
há entre nós tempos mortos insuportáveis
onde não flui a palavra, apenas silencio
essa dor que nos amedronta no nos julga
na esperança natural da ressurreição
vida nova que nasce das cinzas do ontem…
plantei-me no teu peito antes de me saber semente
para florir nos sorrisos de um amanhã…
assim é a realidade real da constatação do que dou
seria insuportável que assim não fosse
se não me soubesse nascido antes mesmo de acordar…
ainda que seja verdade o desassossego da dor que é o amar
no tudo que nos damos a cada chuva de substrato que nos alimenta…
Alberto Cuddel
11/04/2019
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