Grito-te pelas mãos a noite… (quero-te)
Abençoado o corpo que percorro
Neste grito mudo de te querer
Amo-te, não sei como o dizer…
Percorro-te o corpo sofregamente
Neste querer absoluto de te pertencer
Quero-te mulher, quero-te minha
Nos lábios onde te procuro
Salgado seja o amor que me escorre…
Encontros saudosos que o tempo mata
Entre este agora ou o depois, sem tempo
Quero-te na minha máscula imperfeição
Nesse divino corpo criado por Deus
Nele faço-me e existo plenamente,
Nesse desejo que te concedo e faço húmido…
O que te dizem as mãos, os gestos, os dedos?
Percorre-te, percorres-me, enleio-me em ti
Faço-te em mim, movimentos arfados,
Sussurros beijados, almas que se despem
Seios despidos, corpos quentes, desejos ardentes…
As bocas? Artes supremas dos gestos
A palavra, cala-se diante do silêncio do olhar,
As mãos, os braços, apertam-se e contorcem-se
Querendo fundir as almas num gemido anunciado
Tantas vezes fora de tempo, não desejado no momento…
Ainda assim, amo-te, amas-me, e continuamos…
Tiago Paixão
05/02/2019
20:42
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