Poema do dia 24/09/2018
… não sei que coisa estranha e bela existe nos jardins de montanha que o seu perfume me inunda o peito, apenas sei que me povoa, como coisa eterna que me pertence por direito divino…
Nessa luz da aurora reflectida nos lagos iluminando
Rosto do desejo que me povoa os sonhos, paixão
Perfume do teu corpo giestas ondulantes na brisa
Como camélias e o doce dos frutos de Outono…
… não sei que coisa estranha e bela existe nos jardins de montanha, que me inebria para lá da memória, que me arrebata para lá do visível, sei que sou, existo neste lugar sacro, onde ainda não estive, onde ainda não existimos.
Nesta cama de azáleas perfume de pinho
Passos quedos, vagarosos, olhando além
Partimos sem ter chegado, na viagem do amanhã
Hoje, hoje apenas estamos neste limbo!
Paixão crente, em cama fértil,
Brisa no rosto, cabelo solto, corrente…
… não sei que coisa estranha e bela existe nos jardins de montanha, esta paisagem pertence-me, existo nela, como figurante de um tempo que não passou, que não chegou, sou, existo aqui, contigo, contigo em mim, nesta plateia morta espalhada no chão, que será vida, não hoje, não amanhã, mas depois, talvez depois de nós!
Apenas sei que o perfume me inunda o peito, apenas sei que me povoa, como coisa eterna que me pertence por direito divino, que nos pertence…
Alberto Cuddel
24/09/2018
Castanheira do Ribatejo, Portugal
Comentários Recentes