Poema VII
Nas noites em que há meia-noite
Procuro encontrar a solidão no universo inteiro
Encontro o silêncio nas palavras sobrepostas
Quebradas pelo silvo do camião do lixo
Desperto da sonolência das horas
Preso nas grades do tempo, onde moram as estrelas
Pólens literários esvoaçam na mesinha de cabeceira
De uma literatura avulsa remetida pelo correio…
Tudo dorme,
Viajo pelo sonho das metáforas
De uma mão calejada na alma
Que faz luz ao sentir de alguém
Que distante canta fados tristes
Numa solidão inconformada
Pelos aniversários de vida!
Na solidão que a meia-noite me dá
Sou eu, sendo outro, escrevo
Versos que a noite me dita
De um mundo exterior a mim…
Acima de tudo, adormeço
Como se nunca tivesse acordado…
Alberto Cuddel
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