Na parede branca da sala um quadro Um quadro simples com cores da Primavera Talha dourada bem ornamentada No canto o cadeirão, uma mesa de apoio E um livro, virado ao contrario Aberto numa qualquer página…
(…) Fitei o tempo e o quadro A imagem do tempo apagado E Afonso sentado, lendo, Fumando um cigarro, O fumo que rodopia no tecto Pinta de tons amarelos A cal que branca oculta o céu E as estrelas que um dia brilharam No terno e doce olhar…
(…) Dos gritos que as paredes calam Resta a memória das crianças Dos livros desarrumados O martelar desordenado Teclas sofredoras, as do piano…
(…) Esqueço-me de contar os silêncios E as ausências da casas que esteve cheia Dos jantares e prendas, dos abraços, Das chegadas, das saudades O cheiro da madeira queimando na lareira, As decorações por toda a casa, Hoje apenas memória escrita numa lágrima, Ao ver retirar o quadro da parede branca!
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